Vivemos um momento de grandes incertezas na economia brasileira. O crescente endividamento público tem levado os gestores a buscarem “ajustes” tributários — quase sempre com foco exclusivo no aumento da arrecadação, em vez de na eficiência do gasto público.
Entretanto, de forma equivocada, o alvo dessas medidas tem sido o estoque de capital e de riqueza, um golpe direto na geração de oportunidades. Ao reduzir o retorno financeiro do investimento no curto prazo, desestimula-se a acumulação e o empreendedorismo no longo prazo — um verdadeiro balde de água fria sobre o desenvolvimento.
A experiência internacional confirma esse equívoco. A Dinamarca, por exemplo, instituiu um imposto sobre a riqueza por décadas. O resultado foi desastroso: fuga de capitais, perda de produtividade e estagnação. Reconhecendo o erro, o país extinguiu o tributo entre 1989 e 1997. O efeito foi imediato — o patrimônio dos mais ricos cresceu entre 20% e 30%, impulsionando novos investimentos e aumento da produtividade.
Impostos que penalizam a criação de riqueza são, na prática, punições ao sucesso. Desestimulam o empreendedorismo, inibem a inovação e restringem a expansão de negócios. Com isso, reduzem a geração de empregos e atingem, de forma indireta, justamente as classes de menor renda — que dependem do crescimento econômico para melhorar suas condições de vida.
Estrangular a inovação é criar escassez para todos. Além disso, a complexidade e o peso tributário excessivo induzem distorções. Empresários e investidores acabam sendo levados a buscar subsídios, isenções e outros atalhos legais — muitas vezes desviando recursos de oportunidades reais de mercado.
Os efeitos colaterais são previsíveis: fuga de capitais, desperdício de investimentos, transferência de indústrias para países vizinhos e perda de talentos e arrecadação. Apesar das narrativas que vendem a taxação sobre a riqueza como uma forma de “justiça social”, a realidade é outra. Esse tipo de imposto é ineficaz, distorcivo e profundamente danoso no longo prazo. A conta, inevitavelmente, recai sobre aqueles que a medida prometia proteger — com menos empregos, menos oportunidades e fuga de bilhões de dólares em ativos.
Enquanto isso, o país assiste a uma escalada de impostos, à multiplicação de programas assistencialistas injustificados e à manutenção de isenções para setores privilegiados. O resultado é uma sociedade dividida, alimentada por discursos de ódio e ressentimento. A redistribuição sem ganhos de eficiência destrói o incentivo ao trabalho, fomenta a dependência e corrói a ética da prosperidade.
Quando o fracasso é subsidiado, o sucesso é taxado e o bom desempenho é regulado, o resultado não é justiça — é desqualificação. O caminho do Brasil precisa passar, inevitavelmente, por um Estado mais eficiente, com redução urgente de gastos e melhor uso dos recursos públicos.
Ainda há tempo para o Brasil retomar o caminho do crescimento e da liberdade econômica.
Vitor Augusto Koch
Presidente da FCCS-RS